sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Quem tem medo do Apagão de Mão de Obra?

Por ALine Souza
@souzaline
Ana Paula Caputo - RH da PROTUBO

Velho conhecido tema do mundo de Recursos Humanos, o famigerado “apagão de mão de obra” ainda assusta muitas empresas. Além do problema que se instaura na tentativa de reter talentos, a busca por esses talentos é igualmente um desafio para as áreas de RH.
Pensando nisso procuramos ouvir a especialista Ana Paula Caputo, supervisora de Recursos Humanos da PROTUBO, que afirma haver três principais pontos que podem estar ocasionando este apagão. De acordo com ela, o problema vem sendo provocado pelo aumento da atividade econômica e o crescimento acelerado do emprego, pela exigência de maior qualificação devido aos avanços tecnológicos e ainda, por conta do baixo nível de escolaridade, carência de preparo técnico e pouca experiência. “A alta rotatividade da mão de obra no Brasil também é apontada como outro importante fator para a sobra de vagas no mercado de trabalho formal”.
Ana Paula ainda cita dados de que em 2009, 16,2 milhões de trabalhadores foram contratados pelas Empresas, mas outros 15,2 milhões de profissionais foram demitidos, ou seja, o "giro" excessivo acaba criando desajustes no mercado. Condições geralmente atribuídas ao RH de uma empresa, Ana ainda afirma que “podemos citar questões como a localização do trabalhador e o perfil específico procurado pela empresa como outros elementos que pesam no momento da seleção”, diz.
Nesta perspectiva, precisamos pensar em soluções. Como as organizações podem enfrentar esse cenário no século XXI? Caputo indica que diante as dificuldades em conseguir profissionais qualificados no mercado, as empresas estão apostando mais nos Programas de Estágio e Programas Trainees, estreitando a relação com Universidades tanto de sua região, de seu município, como também, de diferentes regiões, municípios e, em alguns casos, de outros estados brasileiros.  “A entrada de trabalhadores estrangeiros no País também se intensificou, principalmente, quando existe necessidade de um tipo específico de profissional, capaz de operar equipamentos importados e mais modernos” afirma.
Outra medida adotada seria a criação de escolas e/ou universidades corporativas. “As Empresas entenderam que investir em pessoas, no desenvolvimento delas e na retenção do conhecimento é um diferencial competitivo valioso e que jamais deve ser desconsiderado. Elas precisam estar atentas para o compromisso de fidelizar os profissionais e de atrair os principais talentos criando uma base sustentável de conhecimentos e de competências. Ignorar e não utilizar o conhecimento instalado dentro da Organização será um grande erro estratégico” avisa Ana Paula Caputo.
Na PROTUBO, o maior desafio está na busca dos engenheiros, que é uma empresa de soluções integradas para projetos de tubulações industriais. “Nossa empresa é fornecedora de curvas especiais e conexões em aço fabricadas por processo de curvamento por indução de alta freqüência e a busca por este profissional é contínua”. Ana Paula ainda explica que os engenheiros costumeiramente ocupam cargos de liderança, saem da faculdade com uma boa formação técnica, com ótimo pensamento lógico, com domínio sobre os cálculos, mas precisam ser treinados para liderar equipes. “Quando você contrata esse profissional, você ainda tem que ter uma responsabilidade pela formação complementar de cada um”, diz.
Teremos pela frente: Pré-sal, hidrelétricas, sistemas ferroviários, investimentos em habitação, saneamento e ainda Jogos Olímpicos e Copa do Mundo... O cenário não é nem um pouco animador, segundo a opinião de Caputo. Para ela, quando se fala “apagão da mão de obra”, é motivo para ficar ainda mais preocupada porque é provável que esta dificuldade aumente nos próximos anos. Segundo informações e estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a alta demanda de emprego deve gerar até 2015 uma sobra de quase 25 mil vagas em todo o País. (O cálculo leva em conta a previsão de crescimento do País em 5% ao ano).
Atrelado ao fato, está a questão da remuneração desses profissionais. Em todo ramo empresarial a necessidade de remunerar bem os profissionais e os colaboradores significa sucesso, fato é a motivação e o engajamento dos mesmos. “Se as empresas não quiserem enfrentar um apagão de mão de obra, além das medidas citadas anteriormente, elas terão que oferecer salários melhores para atrair os engenheiros e outros profissionais formados para sua função inicial”, alerta.
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A convidada Ana Paula Caputo volta em 2011 falando mais sobre o papel do RH!
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